18 de agosto de 2005

Inferno

Strindberg, 1896, Suécia

Um relato autobiográfico deste autor sueco que, por um lado, trabalhou incansavelmente para produzir ouro através de técnicas alquímicas e, por outro, enfrentou as penas da doença mental.

Loucura, paranóia e sofrimento misturados com religião, filosofia e ciência. História de sua vida enquanto deseja a morte. Tudo através de um texto de muita vitalidade e bastante impressionante quando trata do terror que se passa em sua mente. Um prato cheio para profissionais da psicopatologia.

A primeira parte do relato se passa em Paris, onde Strindberg mergulhou na química e na alquimia em busca do metal amarelo. Esse mergulho o afastou de sua mulher e filha, tornando sua existência profundamente solitária e ensimesmada. Fracassos e dívidas o expulsam da França e o levam de volta ao seu país natal, onde reencontra sua filha de dois anos e experimenta uma nova vida em família. Não há paz para ele, em qualquer lugar que se encontre, Strindberg é torturado pela doença; doença que ele crê ser fruto de poderes invisíveis. Para ele, o inferno é a vida na Terra!

Uma leitura bastante interessante, escrita por um dos maiores gênios suecos do séc XIX. Vale dizer que o autor é muito admirado por Kafka.

Em mim o outono e lá fora a primavera” (p.86), aí está uma frase que resume bem o estado de espírito do autor e dessa obra em particular.

Nenhum comentário: